domingo, 19 de dezembro de 2010

Pó e lágrimas

Uma garota caminhava em direção a um rio, trazendo algo em suas mãos. Ela andava lentamente, absorta em seus pensamentos, quem olhasse para ela perceberia que mesmo estando lá fisicamente, sua mente estava em outro tempo e até em outro lugar. Em seu olhar uma mistura de tristeza, confusão e lágrimas. Seguindo com seus passos curtos e vagarosos ela chega à beira do rio e fica parada, imóvel contemplando a água que flui calmamente. Após alguns instantes ela senta-se com o recipiente junto a seu corpo. Ela olha para o recipiente como se fosse uma foto ou um quadro que lhe trouxesse muitas lembranças. De repente a garota começa a falar, como se houvesse alguém ao seu lado: “Bom, finalmente chegou a hora do nosso adeus final. Poxa, Bernardo, mais uma despedida, mais uma tortuosa e triste despedida. Não foi suficiente quando você foi à Europa naquela viagem idiota que você tanto quis fazer. Mochilão… Você imagina o quanto eu senti sua falta? Toda noite eu me trancava no meu quarto e chorava, cheguei a um ponto em que precisei tomar antidepressivos… Bom, aí está uma coisa que você não sabia, né? Você que parecia me conhecer melhor que eu mesma. Era incrível como você parecia sempre dizer a coisa certa, e agora cadê você para me ajudar, para me confortar, dizer palavras amigas que me façam sentir melhor? Você está em minhas mãos, dentro de um pote, só pó, mas é você.”

A garota começa a ficar ofegante, respirando mais rapidamente, abaixa a cabeça e começa a soluçar. No meio das lágrimas tenta continuar o monólogo solitário. “Eu sempre precisei de você, sempre te amei e por isso quis ter você ao meu lado para sempre, mas é engraçado, esse “para sempre”é sempre tão curto, as pessoas vivem fazendo promessas, falando que é para sempre mas depois de um tempo essas promessas deixam de fazer sentido. Você mesmo tinha me feito uma promessa “Vou ficar ao seu lado para sempre” e agora olha como estão as coisas. Você está em outro lugar e eu continuo aqui. Você nunca pareceu pertencer a este mundo, você era iluminado demais para esse mundo ignorante. Às vezes você me falava as coisas, mas eu nunca conseguia entender. E você sempre teve razão nas coisas que você dizia, pena que agora eu não tenho mais você ao meu lado para dizer tantas coisas bonitas. Lembro até agora de uma vez em que estávamos sentados aqui nesse mesmo lugar, foi o dia do nosso primeiro beijo. A gente estava conversando e de repente você pára de falar e olha fixamente para algum lugar. Aquele silêncio me incomodou, como sempre o silêncio me incomoda, até mesmo agora, eu não paro de falar…

Mas me lembro de você dizendo: “ O mundo seria muito mais simples se as pessoas tivessem noção de como a vida é curta, elas iriam deixar de complicar e se preocupar com tantas coisas que são simples. Mas o ser humano sempre acha que é imortal, acha que a vida é eterna.” Na hora para mim não fez o menor sentido, mas você além de saber isso, vivenciava, você aproveitava o tempo todo, até parecia que você sabia esse seu destino.” Gabriela abaixa a cabeça e começa a chorar.

“Eu pensava mesmo que a gente ia ficar juntos, que íamos nos casar, ter filhos. Mas o destino não quis. E agora não sei se agradeço por você ter entrado na minha vida e proporcionado tanto ou se te amaldiçoou por toda essa dor que eu estou sentido e pela dor que senti todo o tempo que você esteve longe de mim. Eu queria tanto agradecer por todo amor que você me deu, por todos os momentos de felicidade e alegria que passamos juntos. Você sempre me tratou com muito respeito e carinho, Bernardo. Você me tratava como se eu fosse especial, sendo que quem era especial era você. E eu nunca tinha percebido isso. Mas agora vejo, e com uma clareza impressionante. Eu me pergunto ainda como você tinha tanta paciência para agüentar todas as minha reclamações e queixas. E foram tantas. Você sempre tão paciente, quantas vezes você não enxugou minhas lágrimas? Você era tudo que eu procurava em um garoto e eu não via. Tudo dependia de você. Você teve que tomar a iniciativa, pois eu era muito burra e não percebia o cara maravilhoso que você sempre foi .” Neste momento ela não se segura e desaba em lágrimas, abraça os joelhos e se balança lentamente. Então Gabriela levanta a cabeça e grita: “POR QUÊ? AI, MEU DEUS! POR QUE VOCÊ TEVE QUE TIRAR O BERNARDO DE MIM? O QUE EU FIZ PARA MERECER ISSO?”

Gabriela pensava, onde estava Bernardo nessa hora que ela tanto precisava, era a primeira vez que ela passava por uma situação daquele tipo, uma perda como aquela. Gabriela não sabia o que fazer, era como se tivesse tirado seu chão, tudo parecia ter desabado, tudo perdera o sentido para ela. Gabriela se lembra claramente da mãe batendo à porta e entrando em seu quarto com um olhar pesado e preocupado. As palavras duras, batendo como uma bala que perfura seu coração. Após aquela frase Gabriela nunca mais seria a mesma. Depois daquele dia Gabriela não soube mais o que era sorrir.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Parabéns para mim!

Nesse dia 1° de Setembro, resolve voltar a escrever. Aproveitando o dia de folga que me dei (sem aula e sem trabalho), com tempo livre, volto a colocar meus pensamentos em palavras escritas. Hoje, para quem quer que leia aqui e não saiba, é a data do meu aniversário. E neste ano de 2010, completo 26 anos. É engraçado pensar em voz alta na idade que se tem, pelo menos para mim. Às vezes (na maioria delas) eu não sinto a idade que tenho, e acho que sempre foi assim para mim. E também nunca quis ter outra idade. Lógico que sempre temos nossas ansiedades, curiosidades, vontades, que muitas vezes não podemos saciar por causa da idade, principalmente antes de completarmos 18 anos. Porém, eu nunca quis adiantar minha idade. Voltar sim, mas muito mais por nostalgia e saudosismo que qualquer outro motivo.
Quando eu pensei em escrever um post sobre o dia de hoje, pensei em fazer algo parecido com aquele texto do Shakeaspeare: “Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.” (quem quiser ler o resto, pode ir nesse link) Porém, quando comecei a escrever, resolvi fazer assim, acaba sendo mais natural, mais “eu mesmo”. Um motivo que me fez pensar em escrever assim, foi por pensar pelas coisas que já passei, pelas batalhas que tive, pelas vitórias que conquistei, pelas derrotas que tive, pelos risos, pelas lágrimas, pelos tombos, pelos exitos. Quando você começa a lembrar, é tanta coisa, que nem se sabe por onde começar. Geralmente voltamos do momento que estamos agora para trás. Não quero colocar fatos específicos, apenas rememorar em minha cabeça mesmo. E na tentativa de fazer o oposto, volto à Rua Manoel Onha em São Paulo. Metade da minha vida até agora, foi vivido lá. Quando eu tento lembrar, certas coisas vêm só depois de ter um pouco mais de idade. Até lembro de certas coisas da pré-éscola, porém, as lembranças mais fortes e marcantes são pós quarta série. Talvez pelas amizades mesmo, o que me faz pensar que o que faz as lembranças são as pessoas e não os acontecimentos em si. Lógico que tive momentos só meus que são guardados em minha memória, como um tesouro precioso, mas grande parte das memórias envolvem pessoas. Pais, irmãos, tios, avós, primos, amigos, professores, colegas, pessoas com quem tive contato apenas um dia, pessoas que nunca mais vi na vida (imagino se por acaso, elas também lembram de mim). Talvez seja como diz o final de “Na natureza selvagem”: “Alegria só é verdadeira quando se é compartilhada” (provavelmente o texto está errado, mas essa é a essência).
Acabei de apagar o começo de um parágrafo, pois minha intenção não é escrever uma biografia. É muito difícil quando se fala de passado não falar de lugares específicos ou fatos. Neste momento em que tento conciliar a escrita com a memória, viajo no tempo (acho que a verdadeira máquina do tempo é nosso próprio cérebro, podemos voltarmos, e muitas vezes voltamos sem querer, a qualquer momento de nossas vidas, podemos avançar e tentar descobrir o que será o amanhã). Passo por vários lugares. Minha primeira casa antes da reforma, minha escola “Pequeno ser”, minha casa depois da reforma, a escola que conheci 2 de meus maiores e melhores amigos, a chácara que passava vários fins-de-semanas com a família, a casa em Vinhedo, a escola onde fiz o ensino médio, o apartamento de um outro grande amigo que fiz, a escola de inglês, a viagem de formatura, as idas e vindas para São Paulo, a faculdade, o ônibus fretado que ia para a faculdade, a casa de um outro grande amigo que fiz na época da faculdade, o centro de Campinas, algumas das poucas vezes que saí à noite, uma específica vez, na qual conheci quem está sendo mais importante em minha vida agora, o apartamento onde ela morava na época, depois a casa que ela morou, e por último o apartamento na qual também moro agora, na emprese onde tenho trabalhado e também conheci outros amigos e agora penso também na faculdade que faço agora, por enquanto pouco aconteceu, mas tenho certeza que nos próximos anos, será mais um dos lugares que lembrarei com carinho e farão parte da minha vida.
Como disse antes, minha intenção era fazer um texto colocando as coisas que aprendi, porém, acho que assim está bom, já estou ficando nostálgico de novo. São tantas coisas que acontecem e passam em nossas vidas, tantos momentos, tantas histórias, tantos filmes, tantas músicas, tantos jogos, tantos desafios, tantos tesouros, tantos medos, tanta coisa... Eu não gosto de ficar genérico assim, mas é isso ou uma biografia. Para terminar, acho que eu queria agradecer a cada segundo, cada pensamento, cada fato, tudo que me trouxe até esse momento hoje e a essas palavras que me trazem lágrimas de emoção agora. Não mencionei nomes, porém, cada um que ler aqui, saiba que você está incluso nessa história, que para mim, é maravilhosa! Que a vida me traga muitos outros 26 anos mais!

P.S.: Ao pensar em uma música, várias vieram como opção. Vou colocar uma que é diz algo muito para mim. Já até coloquei, porém, coloco novamente, já que merece.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Sem saber...

Meia-noite. Noite fria, a cama convidativa. Repouso meu corpo e me entrego, não ao sono e ao calor das cobertas, mas ao papel e à caneta. O magnetismo das palavras é mais forte sobre as minhas mãos que o sono sobre meus olhos. No momento em que minha mão urge pela escrita, mesmo que indecifrável, urge. Penso em poesia. Penso em sentimento. Penso em vontade. Penso em possibilidade. Penso em ré maior. Penso em sol menor. Palavras me buscam, sou escolhido. Estou nu, nu de máscaras, nu de pressão, eu e eu mesmo, sem saber a hora, sem saber por que. Rebobino o dia em minha mente, ele voa. Avanço ao futuro ao meu bel prazer. Incerto, indeciso. O amanhã vem com certza, escolhendo ou não. O momento se passa, as horas se passam. Chega o ponto de parada. Nosso destino. Ao acaso da caneta do futuro.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

(O eterno e humano direito de) Errar.

Erros. O que seriamos deles? Realmente conseguimos aprender com erros alheios? Em minha opinião: Não. Mesmo sabendo o resultado de algumas ações (pois toda ação tem sua reação) estamos dispostos a pagar o preço, mesmo sendo alto demais (e quase sempre é altíssimo o preço). Não adianta o mundo gritar para você: NÃO! Não faça isso! Vai dar errado, você vai se arrepender! NÃO! Temos a mania de grandeza de querer ir adiante, de sempre acharmos que somos invencíveis, até sentirmos o impacto da reação, até batermos de frente contra a parede dos fatos e da verdade (se é que a verdade de fato existe) e sentirmos nossas costas contra o chão e a testa latejando.
Muito se fala de “poder” errar, que depois de um certa idade não se pode mais errar, que tudo tem que dar certo. Mas não, nem tudo TEM que dar certo. A vida não é perfeita. E temos sim que nos dar o luxo de arriscar, de abrir mão, de perder com certeza, de trocar o certo pelo duvidoso, de sofrer, de ter dor [pois pela dor há a transformação, como diz o texto no blog da minha mestra Gizelda (http://gizelda-desassossego.blogspot.com/2010/04/ressurreicao.html)] e também como diz o Bono em Yahweh “Always pain before a child is born” (Sempre há dor antes de uma criança nascer). Mas fugimos da dor, tal qual um queniano corre em direção à linha de chegada na olimpíada (não queria usar tal qual o diabo foge da cruz). Mas não conseguimos, um dia a dor nos alcança e nos pega sem dó nem piedade. E sempre achamos que é o fim do mundo, que não iremos levantar, que estamos dopados pela dor e temos medo também de levantar e sofrer novamente. Como no seriado Everwood foi dito uma vez: "Mantendo-se exatamente igual pelo maior tempo possível, parado, de alguma forma é mais confortável. E se você está sofrendo, pelo menos a dor é familiar...".
E é contraditório ao mesmo tempo, pois enquanto queremos pagar o preço, temos medo da mudança. Você que já está um tempo no emprego que não é o que você quer e continua nele, pois tem contas a pagar, e não pode atrasar. Então você deixa para “um dia” a mudança, mas esse dia sempre parece estar muito longe. Digo isso por mim mesmo, eu sou um “covarde consciente”. Já tive vontade de jogar tudo para cima, colocar roupas em uma mochila e sair andando por ai, conhecendo a América Latina, a Europa, ver a Aurora Boreal, acordar cada dia em um lugar. Mas o medo paralisa, de alguma forma, eu me encaixo no texto do Everwood: a dor já é conhecida. O que precisaria para me fazer mudar? Talvez um abalo na minha felicidade, como colocada no post anterior. Talvez se algo de fato, mudasse minha vida, a primeira coisa que eu faria talvez seja sumir do mapa, um dia acordar em Paris e o outro em Lisboa. Mas continuo aqui, mantenho o “Status-quo”. Tentando fazer o melhor de mim mesmo.
Mas eu também percebo que não sou o único nesse ponto, outros chegam em momentos diferentes da vida e acabam ficando parados, mesmo sabendo que precisariam mudar. Cada um fica no lugar que se sente mais confortável.
Este texto só foi redigido porque neste momento eu passo por várias dúvidas com relação a minha vida (ah! a eterna insatisfação humana).
Os pensamentos continuam aqui, soltos em minha mente, tentando encaixar as peças desse gigante quebra-cabeça.
Deixo vocês com uma das mais belas músicas! Prestem atenção na letra.




Abraços!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Felicidade!

E aqui estou de volta, uma volta para mim mesmo. Como eu disse anteriormente, esse blog é o meu lugar busca humana, encontrar o eu mesmo. E aqui, ouvindo Jason Mraz e James Morrison - Details in the fabric : "If it's a broken part, replace it
If it's a broken arm then brace it
If it's a broken heart then face it"

Neste momento (dia 02 de Abril, 22:18 estou de férias. E estou feliz. Mas não estou feliz só por estar entrando em férias. Lógico que é muito bom você poder descansar, viajar, passear e curtir um tempo sem preocupação. Mas eu vejo que sou feliz por muitas outras coisas. Desde o fato de eu poder acordar todo dia, conseguir levantar com minhas próprias pernas, tomar minhas decisões, poder ir trabalhar, ter saúde, ter um emprego, poder ter meu dinheiro, ter uma família maravailhosa que nunca me deixou faltar as coisas importantes, meus amigos, que sempre me apoiram em momentos que eu estava para cair, eles me ajudaram a levantar e continuar, os momentos gratuitos de risada e diversão, as lições ensinadas com delicadeza e carinho, os momentos de atenção, as história. Sou grato pela minha amada namorada, que é um capítulo lindo, difícil, maravilhoso e marcante em minha vida, como eu já disse antes, se não fosse a presença dela, minha vida teria um rumo totalmente imprevisível. Agradeço também por tudo (físico) que eu tenho, as minhas pequenas alegrias e meus "little pleasures", como disse o Doicheman.
E a felicidade é verdadeira. Plena? Não. Talvez nunca seja (a insatisfação inerente humana jamais permitiria). Mas existe e é verdadeira. E o que eu tenho que tentar é manter esse pensamento constante em mim. Manter as coisas boas e as minhas conquistas em mente, sempre, pois o ser humano é um equilibrio magnífico e delicado, que ao menor sopro da insegurança desaba, desmorona tal qual as torres gêmeas. Sempre temos tanto e sempre achamos que não é o suficiente. Queremos carros do ano, apartamentos maiores, moveis novos, tvs de LCD de 50 polegadas, home theater, o cargo de presidente, a modelo gostosa da tv, o corpo sarado e perfeito. E é uma grande bobagem, pois talvez quando formos presidentes de nossas empresas, com o mais novo apartamento, a Ferrari recém-lançada, a tv de lcd, o corpo sarado, a loira gostosa fazendo sexo com você 7 vezes por semana, talvez o que queriamos seria um dia de descanso, talvez até sozinho, longe de empresa, celulares, loucuras, insanidades, da gostosa, sem carro, só curtindo o sol, olhando nuvens e ouvindo os pássaros.
É uma batalha dura, pois a tristeza e o mau humor são 100 vezes mais contagiantes que a alegria, e que mais se vê são nuvens negras mesmo em um dia ensolarado. Como diria o Bono: "Sky falls and it feels like it's a beautiful day."
E talvez mantendo essa atitude de gratidão, as pessoas consigam manter o lado humano vivo. Pois como agora pouco em uma conversa, a praticidade e a correria do dia-a-dia faz as pessoas se tornarem cada vez mais impacientes, intolerantes e desumanas.
Não quero lutar contra o mundo, nem criar uma revolução, é apenas o meu próprio esforço de não deixar o meu lado humano trancado no calabouço de minha alma.
Quero manter não só a alegria em minha mente, mas outras coisas como cordialidade, paciência, amor, amizade e outras coisas que são cada vez mais deixadas de lado.

Para terminar, fiquem com a muúica que eu mencionei no comeco Jason Mraz e James Morrison - Details in the fabric:






Até a próxima

segunda-feira, 15 de março de 2010

E o que você faz da sua vida?

Estou aqui. De volta ao blog. Praticamente um ano depois... Sempre as mesmas promessas, sempre quebradas. Acho que quebramos porque não vamos nos machucar por fazê-lo... Meu blog não vai ficar chateado de não ter atenção.
Estou aqui. Voltando para casa. Com o computador no colo, levando trabalho para casa. Algo que não gosto muito de fazer, mas faço...Assim como muitas outras coisas, que a vida nos obriga, não deixa muitas escolhas. Responsabilidades que não queremos para nós, mas a vida e a sociedade empurra, sem podermos dizer “Não!”.
Estou aqui. Há 3 anos e meio no mesmo emprego, no mesmo departamento. Aguentando firmemente. Vejo muitos saindo, mudando, indo embora. Pessoas vem e vão, como em qualquer lugar na vida. E a gente fica. A gente fica? Ou a gente escolhe ficar? Até que ponto podemos controlar nossos caminhos? Quanto nos cabe do poder de decidir para onde ir? Quanto não fazemos por imposição, obrigação, dever, objetivo, meta... escolha? Mas fazemos, pois assim prega o livro de boa conduta que nos é passado pelos pais, pelas professoras, pela sociedade, pelos colegas, pelo chefe do trabalho. Não faço apologia à anarquia, desordem e caos, pois a ordem se tornou necessária em nossas vidas.
Estou aqui. Neste momento da minha vida. Tenho muitas coisas, sou grato a cada uma delas. Algumas consegui por mérito próprio, outras foram presentes, outras ainda obras do acaso (se é que o acaso existe). Mas sempre existe aquela dúvida... E se?
E se eu tivesse escolhido não cursar Letras, fazer um cursinho para tentar outra faculdade no ano seguinte?
E se eu tivesse ido atrás de uma viagem para o exterior?
E se eu continuasse no meu curso no periodo noturno?
E se eu decidisse não ir àquela festa em que conheci a minha namorada?
E se eu decidisse não ir atrás dela depois daquela primeira noite?
E se eu não continuasse a falar com ela quando ela viajou?
E se eu não tivesse tentando entrar no lugar onde trabalho hoje?
E se na outra entrevista que eu fiz, eu tivesse passado?
E se eu tivesse mantido minha idéia do lugar que eu queria trabalhar antes?
E se eu não tivesse sido pacientes nas várias vezes que eu tive que engolir sapo?
E se eu fosse levar a ferro e fogo cada coisa que me falaram?
E se eu resolvesse jogar tudo pro alto?

E se...?

Eu vejo que muito da minha vida hoje gira em torno do que é meu relacionamento. Estava pensando, há 5 anos e meio, conheço minha namorada, há 4 anos (entre idas e vindas) estamos juntos. E sou feliz. Eu consigo ver a sorte e felicidade que eu tenho de tê-la ao meu lado, de ter encontrado uma pessoa tão maravilhosa como ela. Ela não é perfeita, ela tem seus defeitos, imperfeições, inseguranças, mas e dai? Quem não tem? Eu mesmo sou cheio de vícios e defeitos.
Não... este não é um texto para reclamar, apenas divagações mesmo...
E o que eu quero dizer com isso é...
Sempre temos nossas dúvidas, incertezas, conflitos, questionamentos, medos... E acredito que sempre teremos. Todos têm. Até mesmo aquelas pessoas que olhamos e dizemos: “Poxa, esse cara tem fama, dinheiro, uma mulher linda. Ele tem tudo.” Será? Será que mesmo como “tudo” isso, ele se sente satisfeito, ele está feliz. Será que o Brad Pitt traçando a Angelina Jolie é feliz, será que a Angelina Jolie dando pro Brad Pitt é feliz?
Volto à minha pergunta inicial. O que temos feito de nossas vidas? O que podemos fazer das nossas vidas? O que podemos melhorar? Será que dá para mudar o mundo? Será que podemos salvar a humanidade? Vamos para um critério menor, conseguimos mudar nosso país? Nossos políticos? Vamos mais abaixo: Conseguimos consertar nossa vizinhaça? Conseguimos conhecer nossos vizinhos? Uma esfera menor: Será que a gente faz o nosso melhor para ajudar nosa casa? Ajudamos a limpar a cozinha, tirar o cocô do cachorro, fazer nossa cama? Ser educados e pacientes com nossos pais, assim como várias vezes eles foram quando erámos crianças/adolescentes insuportáveis e mimados? E onde chegamos nisso tudo?
Em nós mesmos... Sei que dei uma volta do tamanho do Amazonas e mesmo assim talvez não chegue ao meu ponto. Mas, o que fazemos das nossas vidas? Acabamos nos preocupando tanto com coisas secundárias que deixamos nossa essência de lado. Somos tratados como rôbos, números de série e aceitamos isso. E ao invés de encaminharmos nossa vida para onde queremos, acabando se deixar levando. Nosso barco segue ventos que não escolhemos, que não sopramos.
É um trabalho árduo e duro, que temos que fazer todos dias. Pois o mundo, mais do que de políticos, líderes, revolucionários, depende de nós mesmos. E a mudança tem que ser feita aos poucos, lenta e gradualmente. Cabe a cada um.

Para terminar, vou colocar um videozinho, não é de música. Mas é um vídeo FODA!

Aproveitem!



P.S.: enquanto eu terminava de escrever este texto, percebi qual a minha intenção com o blog é não deixar o meu “lado humano” morrer. Por isso tentarei e escrever com mais frequência, por mim mesmo.

P.S.2: Peço desculpa aos leitores, pois esse texto está mais para frases jogadas do que um texto propriamente dito. Muita coisa ficou solta ai.